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sexta-feira, 14 de abril de 2017

3 - FAZEDORES DE CHUVA - BR116 - Juquitiba-SP a Teresópolis-RJ



14/04/2017

Saio de Juquitiba-SP as 06h30min em direção a São Paulo e consciente do perigo de assalto. Como hoje é feriado, as ruas de São Paulo estão tranquilas, e me desloco ate o palácio do Governo sem nenhum problema. Tiro as fotos que preciso do lado de fora do palácio, pois o mesmo só abre para visitação as 10h00min da manhã. Neste local foi tranquilo parar, pois tinha pouco movimento e diversas viaturas da policia na região cuidando do prédio do governo. 




Sigo pela marginal Pinheiro e Tiete até chegar a Via Dutra e sigo rumo ao Rio de janeiro.
Na divisa de estado não existe placa informando tal divisa, por isso tiro foto do KM 0 e de outra de bem vindo ao Estado do Rio. 





Para evitar abastecer dentro da grande Rio, paro uns 50 km antes do Rio para abastecer, com tanque cheio posso entrar na cidade e sair sem problema de combustível. Sigo para o Palácio da Guanabara pela Av. Brasil, errei alguns caminhos indicado pelo GPS, porem com a ajuda do mesmo chego ao destino sem problema. Tiro as fotos pelo lado de fora do portão e retorno pela linha vermelha em direção a BR040 ou BR116 ou Washington Luiz com destino a Teresópolis-RJ. 




São 14h30min, seguindo pelo caminho próximo a refinaria da Petrobrás, vou pensando que o pior trecho da viagem já passou (Grande São Paulo e Grande Rio) quando me assusto com uma moto ao meu lado e o garupa apontando uma arma para mim e pedindo para encostar....
Paro e enquanto desço da moto o individuo arranca meu spot que estava preso a jaqueta junto ao meu corpo, arranca meu relógio e vai logo perguntando do segredo da moto. Assustado digo que o alarme esta junto a chave na moto, sou obrigado a sair a pé no meio da rodovia enquanto minha moto é levada facilmente.
Apavorado sigo a pé, na contra mão da rodovia, tentando desesperado por uma ajuda antes que o bandido descubra que lhe foi entregue o alarme falso e que era questão de minutos  até a moto disparar o alarme e travar seu funcionamento. Enquanto nenhum veiculo para vou pensando onde me esconder caso o bandido e seu comparsa voltem. Foi quando me dei conta que um motorista vinha de ré pelo acostamento para me socorrer. Adrenalina a mil entro no carro, que vai seguindo pela rodovia, de olho nas margens pra ver se acho minha moto. Chegamos ao posto da policia rodoviária federal e sou atendido pelos policiais Medeiros e Farias. Os mesmos já se comunicam via radio com outras viaturas quando lembro do spot roubado, peço para acessar a internet e verifico a localização do spot num local as 14:50h. informo essa posição aos policias os quais me levam junto na viatura, passando pelo trevo indicado pelo spot nada foi localizado, os policias fazem uma ronda pela região até chegar a um posto policial militar e eis que minha moto estava lá, recuperada pela policia militar os quais procuravam algum documento nas maletas, para localizar o proprietário da moto.
Tremendo com a adrenalina mal consigo sair da viatura, emocionado agradeço aos policiais o apoio dado.
As 15h: 15min sou deixado pela policia rodoviária federal aos cuidados da policia militar.
Sou informado pelos PMs de que a moto estava com o alarme acionado quando uma viatura da PM passou no local e um meliante fugia e atirava contra a viatura, houve troca de tiro com os PMs, mas o bandido conseguiu fugir. A moto sem as chaves foi empurrada pelos PMs ate a delegacia e foi quando os policiais verificavam se achavam algum documento pra identificar o proprietário no momento em que cheguei. Por solicitação dos policiais verifiquei que na bolsa do tanque foi furtado um celular smartfone velho e com a tela rachada, um óculos de grau, uma quantidade de varias notas pequenas de dinheiro, aproximadamente 150,00 reais, utilizado para pagamento de pedágio e uma bolsa pequena e vazia da maquina fotográfica portátil. Nas demais bolsas NÃO foi furtado uma filmadora da Garmim que estava na bolsa do tanque. Nem o notebook e nem uma maquina fotográfica semi profissional que estavam nos bauletos traseiro e lateral.
Fui informado pelos PMs de que foram eles que acharam as chaves dos baú junto à bolsa do tanque e que abriram os três bauletos à procura de algum documento uma vez que os baús estavam todos trancados.
Os PMs me orientam que o melhor a fazer seria: Não dar queixa de roubo uma vez que a moto já havia sido recuperada evitando assim da moto ser levada para o pátio da policia central e que somente na segunda feira (hoje é sexta) eu iria conseguir retirar a mesma. Chamo o reboque da seguradora orientado de que eu apenas perdi minha chave evitando assim de fornecer algum boletim de ocorrência para a seguradora. Enquanto aguardo o reboque e me refaço do susto sou informado por um dos PMs de que o superior exigiu que fosse feita a ocorrência, pois os mesmos teriam que justificar os disparos da armas e que teriam que pagar pelas balas disparadas e que poderia ser pior caso o bandido tivesse sido alvejado e fosse ao hospital e não houvesse nenhuma ocorrência registrada.
Se isso ocorresse eu ficaria com a moto presa ate segunda feira, me propus a pagar as balas consumidas, pois mostrei que só tinha 50,00 reais na carteira. Um dos PMs deu ate risada, pois esse valor só dava para duas balas, me justifiquei que eu não tinha nem ideia qual era o valor de cada bala e que era somente o que eu tinha.
Sem acordo com o valor das balas fui informado que o melhor era fazer a ocorrência, assim o fato iria constar nas estatísticas e que a policia iria receber os créditos de ter recuperado o veiculo e que desta maneira a seguradora faria um “agrado” a própria policia e ao seu superior e que essa quantia seria aproximadamente 10% do valor do veiculo. Assustei-me e disse que era fora de cogitação, pois eu não teria 4.500,00 reais, de que meu salario só iria cair dia 20, de que eu não teria como sacar esse valor, pois eu dependia de um aplicativo no celular roubado para me fornecer uma contra senha (mentira minha). Fui indagado do cartão de credito e disse que não podia realizar saque por esse cartão. Foram vários períodos de acordo sem resultado satisfatório para ambos os lados e enquanto isso o reboque aguardava minha decisão. Já que não estava dando certo nosso acordo informei aos PMs de que o melhor mesmo era fazermos o boletim de ocorrência e que eu iria liberar o reboque e me justificaria com a corretora sobre a “perda” das chave. Foi quando fui informado de que o superior estava vindo ate a delegacia e que iria conversar comigo... aguardei mais um tempo e fui novamente informado de uma boa noticia. O superior teria me liberado sem fazer o Boletim de Ocorrência porem seria de bom agrado se eu comprasse somente 20 (VINTE) caixas de bombom para que fosse distribuído numa comunidade próxima.
Tudo bem, mas surgiu outro fato. Como eu iria fazer a compra se eu estava a pé e não conhecia nenhum mercado na região. Os PMs me ajudaram a resolver mais esse problema e me levaram num carro particular por diversos mercados, todos fechados, até que encontramos um aberto. Enquanto os policiais aguardavam dentro do carro, pois não pegaria bem os policiais fardados carregando 20 caixas de bombom, entrei no mercado e pra minha supressa...... NAO HAVIA NENHUMA CAIXA DE BOMBOM......foram todas vendidas.....
Informei aos meus colegas PMs do ocorrido e fomos a outro mercado e logo na entrada encontrei diversas caixas de bombom à venda. Enchi o carrinho com as 20 caixas, paguei com o cartão de credito e coloquei tudo no banco de trás do carro. 



Voltamos à delegacia e graças a Deus tudo resolvido. Já era noite quando fui liberado a colocar a moto em cima do reboque no momento que começava a chover. Com a ajuda dos PMs conseguimos empurrar a moto na plataforma do reboque e partimos para Teresópolis.
O motorista já conhecendo Teresópolis me indicou uma pousada com garagem próxima ao centro.
Expliquei minha condição ao proprietário da pousada e solicitei um telefone para resolver algumas pendências: cancelamento da conta do celular, informações da melhor opção para a chave da moto, aviso aos familiares. Etc........

Enfim já passava da meia noite quando tento dormir um pouco.

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