DIFICULDADE:
A principio a viagem estava programada para marco de
2005 porem em 02 de outubro de 2004 ao sair com a XT600E Preta ano 2003
(morena) para uma volta na cidade acabei colidindo com um veiculo o
qual cruzou a preferencial sem cerimonia. Sem evitar a colisão fui
arremessado ao chão por cima do veiculo ficando estendido no meio do
asfalto. Consciente, percebi a chegada de diversas pessoas para me
socorrer, inclusive o infrator. Percebendo que me encontrava com varias
escoriações no corpo e com fortes dores na coluna e perna permaneci
deitado sem se mover conforme o procedimento ate a chegada de uma
ambulância da SIATE. No meio do tumulto formado verifiquei que a morena
não teve a mesma sorte, pois estava com a frente totalmente destruída e
agonizando deitada a uns 20 metros de mim.
Podem não acreditarem, mas
a policia chegou rapidamente e tomou as providencia de afastar as
pessoas e liberar o transito, foi ai que percebemos que aproveitando o
tumulto o infrator havia desaparecido. Sem muito a fazer a policia
começou a fazer o Boletim de Ocorrência enquanto eu aguardava o socorro
medico no asfalto quente pelo sol de outubro.
Enfim chega o siate
onde tomam a providencia de me locomover imóvel ate o hospital. Ao
chegar ao Pronto Socorro o atendimento foi rápido e eficiente, tirando
vários RX, vários exames, correria para todos os lados ate que o medico
me deu a noticia de que estava tudo bem e que nada havia de errado na
minha coluna que sem duvida era o que mais preocupava. Obvio que esse
atendimento do Hospital foi por causa do convênio medico particular que
possuo ou voces acharam que era INPS?
Saindo do Hospital com as
luxações e me recompondo do susto, comecei a ver meu planejamento da
viagem para Machu Pichu ir pelo ralo a fora.
Após alguns dias retirei
o BO e como já era esperado nada foi anotado sobre o infrator. Tomei a
providencia de cancelar minhas férias pois não teria tempo hábil para
custear o conserto da morena. Por conta própria fui ao local do acidente
e conversando com os moradores próximos e consegui a seguinte
característica do infrator: possivelmente um corsa, cor branca ou azul
claro, a fisionomia do motorista se parecia com turco e a seguinte
numeração da placa 3796. Feliz da vida corri para o detran para tentar
descobrir mais algum detalhe para localizar o infrator porem nada
puderam fazer com esses números. Fui ao despachante e nada. Precisava
das letras.
Voltando ao local do acidente e novamente investigando
descobri uma segunda testemunha onde achava que se tratava de um carro
de cor clara, não sabia e nem conhecia marca de carro e não tinha idéia
do numero da placa, mas achava que as letras era ¨HA¨. Alertei para o
fato de que a placa teria que ter 3 letras e não apenas duas. Porem a
pessoa não sabia ao certo e quanto mais se perguntava mais ela ficava
perdida. Bem voltei ao despachante e conversando com o mesmo tentamos as
seguintes opções ¨A¨ do Paraná (AHA) e as seguintes opções HAA, HAB,
HAC... BHA, CHA, DHA, ... ficando com varias alternativas para
pesquisa....BINGO... o computador localizou um corsa, branco, ano 1997,
cor PRATA com a seguinte placa AHA-3796 da cidade de Foz do Iguaçu.
Ainda com duvida sobre o veiculo levantamos com a ajuda de uns amigos a
localização do infrator. E as condições do veiculo o qual estava
alienado, com multa de estacionamento irregular, IPVA atrasado, seguro
obrigatório e licenciamento vencidos.
Já passado duas semana após o
acidente não perdi tempo. No dia seguinte fui cedo a casa do suposto
infrator o qual constatei junto com sua mãe de que o mesmo tinha levado o
carro na semana passada a uma oficina por problemas mecânicos e que
naquele momento seu filho estava dormindo. Solicitei que o acordasse
pois tinha um assunto para tratar com ele. Após uns vinte minuto o
suposto apareceu na porta e pude verificar suas características de
turco. Ao me ver ficou branco e já foi se auto condenando ao perguntar
sobre como eu estava após o acidente. Não tive mais duvidas......ELE ERÁ
O CARA.....
Encurtando o texto e com muita conversa o cara caiu duro
na cadeira quando lhe apresentei o custo de R$ 8.289,00. Briga aqui,
xinga ali, ameaças para ca....enfim dei uma semana para ele me
apresentar uma proposta pois enquanto investigava sua vida verifiquei
que eu teria que contratar um advogado e fazer com que minha duas
testemunhas depusessem ao meu favor. Lembrando de que as minhas
testemunhas mal sabiam os dados do veiculo e no BO nada constava sobre o
infrator. Levando em consideração de que o veiculo valia R$ 4.000,00 e
tinha o financiamento, multa de estacionamento, IPVA e licenciamento
atrasado.
Tendo essas duas opções de entrar na justiça e esperar uns
10 anos para saber se eu iria receber ou aceitar qualquer proposta.
Resolvi procurar o infrator uma semana após o qual iniciou a proposta de
R$ 500,00 .......O QUE ?????....... briga aqui, xinga ali, ameaça acolá
e no final consegui dois cheque pre-datado de R$ 600,00 cada para 30 e
60 dias.
Pesquisa na Internet e com alguns telefonemas descobri
algumas pecas usadas em SP. Ao menos poderia colocar a morena para rodar
com um custo de R$ 1.100,00.
Não pensei duas vezes, pedi licença na
firma numa sexta feira e corri para SP, chegando cedo na capital,
percorri as lojas da boca e fechei a compra. Ao pagar, meu cartão não
passava no debito. Após varias tentativas solicitei ao proprietário da
loja de que aguardasse ate eu ir ao banco localizado a 4 quadras do
local para sacar o dinheiro. Ao chegar no banco mesmos erros e ao
conversar com o gerente fui informado de que o sistema tinha entrado em
pane e que ia sendo restabelecido ao poucos. Porem já era 17 hrs e nada
do sistema voltar, o gerente não podia fazer mais nada, e eu dentro da
agencia,,,,,,dessisti....voltei a loja e depois de chorar muito, mostrar
meu extratos bancário, verificar meu saldo, limite do cartão, etc....
consegui convencer o proprietário a aceitar um cheque. Acho que acabou
aceitando por dó. Com as pecas na mão voei para o terminal da Barra
Funda para pegar o ônibus de volta apesar do peso das 2 bengalas e do
desajeitado embrulho das carenagem e ferragem.
Enfim coloquei as
pecas bem embrulhadas no bagageiro do ônibus da pluma e entrei no ônibus
com destino a Foz do Iguaçu.....Enfim Tudo resolvido......
No dia
seguinte acordo cedo com o ônibus parando na rodoviária de Cascavel, uns
180 km antes de foz, apesar do ônibus possuir poucos passageiro a
maioria desce nesse local....ficando apenas eu e mais dois passageiro
com destino a Foz. Duas horas mais tarde estamos na Rodoviária de Foz
esgotado fisicamente. Ao descer do ônibus já solicito um taxi para me
levar em casa, pois o peso das peças era grande. Com o tickes na mão
aguardo os dois passageiro pegarem suas respectivas bagagem e ao tentar
pegar meu embrulho..........CADE???????....EU MESMO COLOQUEI
ALI........TO SONHANDO??????.....snif.......snif....era a pura
realidade......as peças havia sumido e eu com o ticket na mão....o
motorista...sem ter o que falar.....Vem o gerente, tenta justificar,
liga para vários locais, tenta contato com Cascavel e nada das peças.
Sumiram.
Puto da vida segui os procedimentos de Bagagem extraviada
preenchendo os formulários necessário inclusive apresentei notas fiscais
das pecas e despesas da viagem totalizando R$ 1,286,36. Tive que
aguardar 30 dias para ter uma resposta da empresa. Enquanto isso
pesquisei e li as leis e normas sobre bagagem extraviadas. Nada podia
fazer a não ser aguardar e torcer para que localizassem as pecas ou me
indenizassem do valor gasto com as pecas, passagem e hospedagem em São
Paulo.
Após 30 dias nada da empresa, apesar de ligar para pedir
informações, comecei a pressionar e a cada dia tinha uma nova promessa
de que estava quase tudo resolvido pelo departamento jurídico da
empresa. 37 dias e nada, apesar das promessas, Ligava todos os dias e
começou um empurra para outro acabei perdendo a paciência e fui ao DNIT
na própria rodoviária. Ao conversar com o fiscal o mesmo me garantiu de
que nesse mesmo dia eu iria receber o valor correspondente a nota fiscal
que eu havia anexado junto ao processo. No valor de R$ 900,00. Aguardei
em casa e não demorou muito para a empresa me ligar com mais uma
promessa de que estavam resolvendo minha situação, apenas respondi que o
DNIT estava com o processo e que iria aguardar ate as 18hrs deste dia.
As 18:05hrs novamente a empresa me liga para que eu comparecesse na
rodoviária junto a empresa para receber a indenização e que antes
deveria entrar em contato com o DNIT para que o mesmo não aplicasse a
multa destinada a eles. Para ter certeza, fui ao guinche da empresa
junto com o fiscal do DNIT e para a minha supressa estava tudo
resolvido. ENFIM....UFA......
Aguardei o fim de ano e fui de CARRO
para São Paulo e comprei as peças novamente no mesmo lugar de antes,
tanto que os proprietários da loja ate lembraram de mim. Desta vez
gastei R$ 1.175,00. Com alguns acessorios extras. Com as peças na mão
coloquei-as com cuidado no porta mala do carro, travei com segurança que
desta vez ninguém iria sumir com elas. Retornei a Foz do Iguaçu sem
problema. Enfim entreguei as peças na oficina e 20 dias após a
´morena´estava pronta com alguns arranhões na carenagem mas com
condições de passear.
Bem acho que agora basta....Eita fim de ano amargo......
Após
vários passeios de moto pela cidade resolvi esticar um pouco e fui ate
Belo Horizonte para conhecer umas cavernas na região, assim teria
certeza de que a morena estaria totalmente recuperada.
Nessa viagem
de uns 3.000 Km tudo ocorreu bem, nada de errado aconteceu e era o que
eu esperava. Ao chegar em casa comecei a pensar na próxima viagem, quem
sabe desta vez eu vou conseguir ir a Machu Pichu.
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