Inicio: Filadelfia-Paraguay as 09:00rs do dia 29/01/2006, Km 37275
Despesas:
Gasolina: G$ 116.516,00 – 22,41litros (galão extras)– km 37189 as 09:00rs em Filadélfia
Alimentação: G$ 125.000,00 Bebida no posto militar
Relato:
Acordo
e vou aguardar a chegada do Cartão de Credito, as 7:00rs local em ponto
o Feliciano chega e vai verificar se a encomenda já chegou, 15 minuto
após ele chega com a encomenda, pego o cartão de me despeço do pessoal e
retorno ao hotel, fecho a conta, carrego a “morena” e me dirijo ao
surtidor onde completo o tanque e carrego junto 2 galão com 10 litros
cada, prevendo a travessia do chaco. Saio na direção indicada pelo amigo
Feliciano, seguindo para o trecho que esta sendo asfaltado. Apesar de
alguns desvio a pista é ótima podendo seguir sem problema. Não demora
muito e chego a Neuland onde existe 2 surtidor, sigo viagem e apesar
desse trecho não estar sendo asfaltado a pista em terra batida é muito
bom. Demora, mas chego a Cruce Demattei onde existe uma única casa bem
no meio da rua e conforme informação do Feliciano paro e pergunto como
esta a Ruta, “-sem problema”, diz o caseiro, sigo em frente e a estrada
já não é tão boa, mas da para percorrer sem risco, sigo para Joel
Estigarribia e a estrada parece não ter fim, rezo para nada acontecer,
pois não existe absolutamente nada no meio desse trajeto e nem sinal de
carro ter passado por ali nos últimos dias. Enfim Joel Estigarribia o
qual não passa de um posto do exercito militar do Paraguai, com receio
paro e sou bem atendido e me indicam o caminho para Cruce Dom Silvio.
A
estrada já apresenta algumas poças de água e logo na primeira existe um
buraco mais fundo do que eu esperava e o inevitável acontece, a
“morena” vai ao chão, tive que descarregar a “morena” toda para poder
levantá-la, aproveito e abasteço com 10 litros enquanto escuto alguns
disparos de arma e algumas bombas do exercito de Joel Estigaribia.
Sigo
viagem e não demora para encontrar outro posto do exercito com uma
barreira no meio da rua, espero o soldado vir me atender com um sorriso e
todo curioso vai perguntando de onde venho e para onde vou. Após
conversar alguns minutos ele me dá um amuleto de sorte, uma pata de um
animal pequeno. Sigo pela estrada que se parece com um caminho de
carroça sem rastro de nenhum veiculo. O trecho é arenoso com alguns
pontos de atoleiro e não demora muito para eu beijar o chão novamente.
Consigo chegar ao Cruce Dom Silvio onde existe apenas um casebre, paro
pedir informações e me abastecer de água, sigo em direção a Infante
Rivarola e a estrada esta sendo asfaltada e com diversas barreiras de
terra a cada 100 metros evitando o trafego de qualquer veiculo sobre o
leito. Sigo pelos desvio e algumas vezes pelo leito principal. Os
desvios são todos atoleiros e não demora para a “morena” afundar
completamente no barro, cansado descarrego a “morena” sem sair de cima e
vou jogando tudo no barro ao lado, com a “morena” mais leve vou ao
pouco tirando ela e após 20 minuto consigo tirar e paro uns 30 metros à
frente para poder carregá-la novamente. O termômetro que levo marca 45
grau e a sensação do calor fica insuportável. Exausto e já sem água sigo
em frente, tentando o máximo seguir pela estrada principal para não
entrar em nenhum atoleiro novamente. Já passa da 15hrs, sem almoço, sem
água, exausto não vejo a hora de chegar a Inf. Rivarola já pensando se
valeria apenas seguir no mesmo dia para a Bolívia ou pernoitar na
fronteira. Não demora muito e sou obrigado a entrar num atoleiro
novamente e levo outro tombo. Sem força, exausto e morto de sede, deito
na terra, próximo a “morena” que esta deitada ao lado, para descansar e
conseguir força para levantar a “morena” sob o sol de 45 grau. Sabendo
que restava apenas uns 10 km para chegar a Inf. Rivarola penso na
possibilidade de seguir a pé e pedir ajuda. 30 minuto após começo a
descarregar a “morena” e com muito sacrifício levanto-a. Sigo bem
devagar para não cair novamente, pois se isso acontecer eu não
levantaria mais. Enfim avisto uma construção a 3 Km de distância, até
que enfim chego a Inf. Rivarola. Paro a “morena”, desço e vou
cambaleando ao encontro dos soldados do exercito do Paraguai (5 ao
todo), tento pedir água, mas a voz não sai, faço sinal para beber algo e
não demora muito para me trazerem uma garrafa de 2 litros de água e me
mandam sentar e aos poucos vou engolindo a água ate conseguir falar um
pouco rouco e agradecer pela água . Após uma hora já me recuperando e
conversando ao pouco vou explicando minha situação aos militares que me
oferecem pouso, pois sabem que eu não teria condições de seguir ate a
Bolívia naquele dia. Após tomar um banho e descarregar a “morena”
participo da rodada de conversa em volta de uma panela ao fogo de chão
onde esta sendo feito um carreteiro.
O 2 tenente Jose me pergunta se
eu tenho condições de ir a 11 km em território Boliviano para comprarmos
cerveja, morto de vontade de tomar uma gelada e para agradecer a
hospitalidade vamos juntos ate a fronteira onde comprei 12 latinha e os
militares outras 24. è nesse momento que percebo que a “morena” esta com
problema na marcha, com enorme esforço consigo engatar uma 2 marcha e
percebo algo sendo corroído no motor por alguma peça desgastada.
Retornamos para Inf. Rivarola e bebemos todas enquanto descubro que o 1
tenente Walter e o 2 tenente Jose já conhece a região de Foz do Iguaçu e
tem ate mesmos irmão que moram em Foz, Cascavel etc. O cansaço toma
conta do corpo e eu vou dormir onde recebo a oferta do Tenente Jose para
dormir em sua cama bem arrumada e com mosquiteiro.
Acordo diversas
vezes à noite pelas conversas existente no local e percebo que são
traficantes passando pela fronteira e param no posto para descansarem um
pouco.
Fim: Inf. Rivarola-Paraguay as 18:00rs do dia 29/01/2006, Km 37583
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